Tamy Itsumo Otome ~[Hiatus]~: Lendas Japonesas: A criação do mundo!

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sábado, 28 de fevereiro de 2009

Lendas Japonesas: A criação do mundo!

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seguinte estória da criação é um reconto a partir do Kojiki, a mais antiga crônica do Japão, compilada em 712 E.C. por Ono Yasumaro. Esta versão é de mais fácil entendimento para o leitor moderno do que o original, mas suas características essenciais foram preservadas. A busca por Izanami no submundo é um reminescente da busca do semideus Orpheus por sua mulher Eurídice, no Hades, e mesmo do mito Sumeriano da descida de Innana ao submundo.




O Início do mundo




Antes do Céu e da Terra virem à existência, havia o Caos, inimaginavelmente ilimitado e sem forma definida. Por eras e eras a fio: e aí ..., dessa massa sem fronteiras e sem forma emergiu algo leve e transparente e formou o céu. Este algo era a Planície dos Céus Elevados, na qual se materializou uma deidade chamada Ame-no-Minaka-Nushi-no-Mikoto (a Deidade-do-Augusto-Centro-do-Céu).
Logo depois os Céus deram a luz a uma deidade chamada Takami-Musubi-no-Mikoto (a Elevada-Augusta-Deidade-Produtora-de- Maravilhas), seguida de uma terceira chamada Kammi-Musubi-no-Mikoto (a Divina Deidade-Produtora-de-Maravilhas).Estes três seres divinos foram chamados de As Três Deidades Criadoras.
Enquanto isto, o que era pesado e opaco neste vazio gradualmente se precipitou e se transformou na terra, mas levou um tempo imensamente longo para se condensar suficientemente e formar um solo sólido. Em seu estágio primordial, por milhões e milhões de anos, a terra se assemelhava a uma mancha de óleo flutuante, como uma água-marinha na superfície da água. De repente, como que jorrando por um tubo, dois seres imortais nasceram de suas entranhas. Eles eram a Deidade Umashi-Ashi-Kahibi-Hikoji-no-Mikoto (a Deidade-Príncipe-Primogênito-do-Agradável-Jorro-doTubo) e a DeidadeAme-no-Tokotachi-no-Mikoto (a Deidade-Celestial-Eternamente-Pronta)...
Muitos deuses então nasceram em sucessão, e assim, eles cresceram em número, mas enquanto o mundo permanecia num estado caótico, não havia nada para eles fazerem. Onde, as Divindades Celestiais convocaram os dois seres divinos, Izanagi e Izanami, e lhes ordenou que descessem ao lugar nebuloso, ajudando-se mutuamente, para consolidar o lugar em terra firme.
- Lhes conferimos este tesouro precioso, com o qual governarão a terra, a criação que lhes ordenamos fazer.
E assim dizendo, eles entregaram aos dois uma lança chamada Ama-no-Nuboko, cravejada com pedras preciosas. O casal Divino recebeu respeitosa e cerimoniosamente a arma sagrada e se dirigiram para a Ponte Flutuante do Céu, que ficava entre o Céu e a Terra, e permaneceram por um instante para olhar o que havia abaixo. O que eles avistaram foi um mundo ainda não condensado, parecendo um mar de neblina, exalando um odor de inexplicável fragrância. De primeiro, eles ficaram perplexos, sem saber onde e como começar, mas logo Izanagi sugeriu à sua companheira que eles deveriam tentar revolver a bruma com suas lanças. E assim dizendo enfiou o bastão com jóias e descobriu que tocara em algo. Retirando o bastão, ele o examinou e descobriu que uma gota grande que caíra do bastão quase que imediatamente se coagulou e formou uma ilha, que é hoje a Ilha de Onokoro. Felizes com o resultado, as duas Divindades desceram da Ponte Flutuante para a Ilha que miraculosamente havia sido criada. Esta ilha serviu de base para a tarefa subseqüente que era criar um país. Então, desejando se tornar marido e mulher, eles erigiram no centro da ilha, um pilar, o Augusto Pilar Celestial, e construíram ao seu redor um grande palácio chamado "O Hall dos Oito Fantasmas". Donde a Deidade masculina se virando para a esquerda, e a Deidade feminina para a direita, deram a volta no pilar indo em direções opostas. Quando eles, de novo, se encontraram naquele mesmo lado do pilar, Izanami, a Deidade feminina, falando primeiro, exclamou:
- Que bom encontrar um jovem tão bonito!.
E Izanagi, a Deidade masculina respondeu:
- Que bom eu me deparar com tão linda donzela!Depois de dizer isto, a Deidade masculina disse que não estava correto uma mulher se antecipar ao homem em um cumprimento. Depois disto, eles se uniram no leito conjugal, instruídos por dois pássaros de caldas longas que sobrevoavam o lugar. A Deusa deu à seu consorte divino um filho, mas o bebê nascera fraco e sem ossos. Pesarosos, eles o abandonaram na água, colocando-o em um bote feito de junco. O segundo filho foi tão desapontador quanto o primeiro. As duas Deidades, agora profundamente desapontadas com o seu fracasso e cheio de pressentimentos subiram aos Céus para saberem dos Deuses Celestiais qual era a causa de seus fracassos. Os Deuses fizeram uma cerimônia e então disseram:
- A culpa é da mulher. Ao dar a volta no Pilar, não foi correto nem apropriado que a divindade feminina falasse primeiro que a divindade masculina. Esta é a razão.
As duas Deidades viram a verdade e resolveram retificar o erro. Então, eles voltaram à terra novamente, e mais uma vez deram a volta no Pilar Celestial. Desta vez Izanagi falou primeiro:
- Que bom encontrar tão linda donzela!
- Eu estou tão feliz!- respondeu Izanami - de poder encontrar um jovem tão bonito!.
Este processo foi mais apropriado e de acordo com a lei da natureza. Depois disto, todas as crianças nascidas deles não deixaram nada a desejar. Primeiro, a Ilha de Awaji nasceu, depois, Shikoku, depois, a ilha de Oki, seguida de Kyushu; e depois disto, a ilha de Tsushima nasceu, e por último, Honshu, a ilha principal do Japão. O nome Oyashi-ma-kuni (o País das Oito Grandes Ilhas) foi dado às ilhas. E depois disto, as duas Divindades se tornaram pais de numerosas ilhas menores destinadas a circundar as maiores.




O Nascimento das Divindades




Tendo construído um país do que não passava antes uma mera massa flutuante, as duas Deidades, Izanagi e Izanami, procriaram as divindades destinadas a presidir a terra, o mar, as montanhas, os rios, as árvores e as ervas. O primeiro rebento provou ser o deus do mar, Owatatsumi-no-Kami. Depois eles geraram os deuses patronos dos portos, com a divindades masculina Kamihaya-akitsu-hiko que controla a terra, e a deusa Haya-akitsu-hime que controla o mar. Estes dois deuses depois deram a luz a outros oito deuses.
Logo após Izanagi e Izanami deram a luz à divindade do vento, Kami-Shinatsuhiko-no-Mikoto. No momento de seu nascimento, a sua respiração era tão potente que as nuvens e as brumas que existiam na terra desde o início dos tempos, foram imediatamente dispersas. Como conseqüência, cada canto da terra se encheu de brilho. Kukunochi-no-Kami, a deidade das árvores, foi o próximo a nascer, seguido de Oyamatsumi-no-Kami, a divindade das montanhas, e Kayanuhime-no-Kami, a deusa das planícies...
O processo de procriação, até então tinha acontecido sem dificuldades, até o nascimento de Kagutsuchi-no-Kami, o deus do fogo, uma desgraça não prevista se apoderou de Izanami. Durante o seu resguardo, a deusa foi tão queimada pela criança flamejante que ela se esvaiu. O seu consorte divino, profundamente alarmado, usou de todos os seus poderes para ressucitá-la, apesar dele ter conseguido restaurar sua consciência, o seu apetite havia desaparecido. Izanagi,então com todos os cuidados, preparou para o seu deleite vários pratos deliciosos, mas em vão, pois tudo que ela engolia, quase que imediatamente era rejeitado. Foi desta maneira que ocorreu o maior dos milagres. Da boca de Izanami espirrou Kanayama-biko e Kanayama-hime, respectivamente o deus e a deusa dos metais, enquanto de outras partes de seu corpo surgiram Haniyasu-hiko e Haniyasu-hime, respectivamente o deus e a deusa da terra. Antes de fazer o seu "desaparecimento divino", que marca o fim de sua carreira terrena, de uma maneira miraculosa ela deu a luz ao seu caçula, a deusa Mizuhame-no-Mikoto. Seu falecimento marca a introdução da morte na terra. Similarmente a decomposição de seu corpo e a tristeza ocasionada por sua morte foram as primeiras que aconteceram na terra.
Com a morte de sua fiel esposa Izanagi estava bastante solitário no mundo. Juntamente com ela, e de acordo com as instruções dos Deuses Celestiais, ele havia criado e consolidado o Império Ilha do Japão. Na realização de sua missão divina, ele e sua esposa celestial haviam vivido uma vida de cooperação e amor mútuo. Portanto, mais do que natural, que a morte dela tenha lhe dado um golpe mortal.
Ele se jogou sobre sua forma prostrada, chorando:
- Oh, minha querida esposa, porque fostes, me deixando sozinho? Como posso eu substituí-la por pelo menos uma criança? Volte para o bem do mundo, no qual ainda existe tanto para nós dois fazermos. E num surto de dor incontrolável, ele ficou soluçando sem parar. As suas lágrimas quentes caiam como granizo, e aí... de suas lágrimas nasceu um lindo bebê, a deusa Nakisawame-no-Mikoto. Surpreso, ele pára as suas lágrimas olhando para a criança recém-nascida, mas logo suas lágrimas voltaram a cair mais rápido que antes. E aí, de repente, seu estado mental mudou. Com amargura, seus olhos caíram sobre a criança de fogo, cujo nascimento havia se provado fatal para sua mãe. Ele sacou de sua espada, Totsuka-no-tsurugi, e chorando em seu lamento:
- Seu odioso matricídio!
E decapitou o seu rebento. Isto fez jorrar um tubo de sangue. E de sua espada com sangue nasceram oito fortes e galantes deidades.
- O quê? mais crianças? - gritou Izanagi, surpreendido com suas aparições repentinas, e naquele exato momento, ele ainda viu mais oito deidades nascerem do corpo sem vida do pequeno deus de fogo. Eles saíram de várias partes de seu corpo (cabeça, tronco, estômago, mãos, pés, umbigo) e, para aumentar a sua surpresa, todos eles estavam olhando firmemente para ele. Estupefato, ele inspecionou os novos visitantes, um após o outro.
Enquanto isto, Izagami, por quem o seu marido divino havia chorado tão amargamente, havia partido deste mundo para sempre para a terra de Hades.




A Visita de Izanagi à Terra de Hades




Como para a Deidade Izanagi, que tinha agora se tornado viúvo, a presença de tantos bebês deve ter, de alguma forma, o confortado, ainda quando ele se lembrava de como sua esposa que partira havia sido fiel, ele chorava por ela novamente, com seu coração partido de tristeza e seus olhos cheios de lágrimas. Neste estado, ele se sentava sozinho à meia noite, e chama seu nome várias vezes apesar de saber que não obteria resposta. Seus lamentos meramente ecoavam de volta nas paredes de seu quarto.
Incapaz de suportar a sua dor, ele resolve descer às Regiões Baixas para procurar por Izanami e trazê-la de volta , a qualquer custo. Ele começa sua longa e duvidosa jornada. Milhões de quilômetros separavam a terra das Regiões Baixas e haviam incontáveis passagens e lugares perigosos para se negociar, mas a determinação de Izanagi de recuperar a sua esposa o capacitou para superar todas estas dificuldades. Com tempo ele conseguiu chegar a seu destino. E distante dele, ele avistou um castelo grande.
- Não há dúvida - ele falou satisfeito - é lá que ela mora.
Se enchendo de coragem, ele se aproximou da entrada principal do castelo. Onde ele avistou um grande número de demônios gigantes, alguns vermelhos e outros pretos, guardando os portões, com olhos alertas. Ele muda de rumo e se esquiva para um portão no fundo do castelo. Descobre para sua surpresa, que o portão havia sido deixado sem guardas. Ele se esquiva pelos portões entrando no interior do castelo, quando imediatamente avista sua esposa parada perto de um portão de um pátio interior. Feliz, a Deidade clama por seu nome.
- Alguém me chama? - soluçou Izanami-no-Mikoto, e levanta sua cabeça para olhar em sua volta. Para sua surpresa, ela vê seu amado marido parado no portão olhando para ela. Na verdade, ele havia estado em seus pensamentos como ela nos dele. Com o coração saltitante de alegria ela se aproximou dele. Ele tomou suas mãos gentilmente e murmurou:
- Minha querida, eu vim para levá-la de volta para o mundo. Venha, eu suplico, e terminemos nosso trabalho da criação de acordo com o desejo dos Deuses Celestiais... Nosso trabalho que foi deixado pela metadde por causa de sua partida. Como posso eu fazer este trabalho sem você? A sua perda significa para mim a perda de tudo.
Este apelo veio do fundo de seu coração. A deusa compreendeu-o profundamente, mas respondeu com profundo pesar:
- Se eu pudesse! Você veio muito tarde. Eu já comi da fornalha de Hades. Tendo comido das coisas desta terra, tornando impossível para mim voltar ao mundo.
E assim dizendo, abaixou a sua cabeça em profunda tristeza.
- Não, eu devo implorar para que voltes. Não podes pensar em um jeito para que isto possa ser realizado? - exclamou o marido chegando mais perto dela.
Depois de alguma reflexão, ela respondeu:
- Vós vindes um longo caminho para me salvar. Oh! como eu aprecio sua devoção! Eu desejo, de todo o coração, voltar convosco, mas antes que possa fazê-lo, eu devo primeiro obter a permissão dos Deuses de Hades. Espere aqui até eu retornar, mas lembre-se que, enquanto isto, em hipótese alguma, deveis olhar dentro do castelo.
- Eu juro, assim o farei conforme ordenastes -disse Izanagi - mas não retardes em vossa busca.
Confiando nas garantias do marido, a deusa desaparece para dentro do castelo.
Izanagi observou literalmente as observações de sua esposa. Ele ficou onde estava, e esperou impacientemente pelo retorno de sua esposa. Provavelmente para sua mente impaciente, um simples bater do coração deve ter parecido uma eternidade. Ele esperou, esperou, mas nenhuma sombra de sua esposa aparecer. O dia gradualmente chegou e se foi, e a escuridão começava a cair, e um vento estranho começou a soprar em sua face. Corajoso que ele era, foi tomado por um estranho sentimento de apreensão. Se esquecendo das promessas que fizera à deusa, ele quebrou um dos dentes de um pente que ele usava no lado esquerdo da cabeça, e o ascendeu, ele entrou pé ante pé, olhando a sua volta. Para seu horror ele encontra Izanami morta em um quarto, e de repente, acontece uma mudança nela. Ela que sempre fora maravilhosa, havia se transformado em um corpo podre, em avançado estado de decomposição. E ainda para maior horror que seus olhos podia ver; o Trovão de Fogo residia em sua cabeça, o Trovão Negro em sua barriga, o Trovão da Entrega em seu abdome, o Trovão Jovem em sua mão esquerda, o Trovão da Terra em sua mão direita, o Trovão Ressonante em seu pé esquerdo, e o Trovão do Sono em seu pé direito. Ao todo, oito Deidades-Trovão haviam nascido e residiam lá, presos ao que sobrava dela e cuspindo fogo de suas bocas. Izanagi-no-Mikoto horrorizado com esta visão, deixa a luz cair e sai disparado. O barulho que ele faz acorda Izanami de seu sono da morte.
- Céus - ela grita - ele deve ter-me visto neste estado revoltante. Ele me envergonhou e quebrou seus votos solenes. Miserável trapaceiro! Eu o farei sofrer, por seu perjúrio.
E se voltando para as Bruxas de Hades, que atendiam à ela, ordena para irem caçá-lo. A seu comando, um exército de demônios femininos saem à caça da Deidade.
Habilmente, Izanagi joga sua coroa no chão e esta se transforma num cacho de uvas. Os demônios param para apanhar mas voltam a correr atrás do Deus. Novamente, Izanagi atira ao chão outro objeto: os dentes que restaram do pente e estes transformam-se agora em brotos de bambu, que os demônios param para apanhar.
Quando Izanagi alcança a boca do inferno, apanha três pêssegos maduros e arremessa-os contra a horda que continua a persegui-lo. Desta vez os demônios fogem e Izanagi agradece aos pêssegos que lhe tinham salvo sua vida. A partir de então, como haviam prestado socorro à sua divindade, os frutos do pessegueiro ajudariam os humanos do Japão quando necessitassem de auxílio, tornando-se frutos divinos.

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